Hans Christian Andersen


Andersen
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Hans Christian Andersen (Odense, 2 de abril de 1805 — Copenhague, 4 de agosto de 1875) foi um poeta e escritor dinamarquês de histórias infantis. O pai era sapateiro, o que levou Andersen a ter dificuldades para se educar, mas os seus ensaios poéticos e o conto "Criança Moribunda" garantiram-lhe um lugar no Instituto de Copenhague. Escreveu peças de teatro, canções patrióticas, contos, histórias, e, principalmente, contos de fadas, pelos quais é mundialmente conhecido.

 Seu primeiro livro infantil foi publicado em 1835. O acervo da Literatura Infantil Clássica seria completado décadas depois dos Grimm,no século XIX, início do Romantismo, com os Eventyr (168 contos publicados entre 1835 e 1877). Sintonizado com os ideais românticos de xaltação da sensibilidade, da fé cristã, dos valores populares, dos ideais de fraternidade e da generosidade humana, Andersen se torna a grande voz a falar para as crianças com a linguagem do coração, transmitindo-lhes o ideal religioso que vê a vida como o "vale de lágrimas" que cad aum tem que atravessar para alcançar o céu. A par do maravilhoso, seus contos se alimentam da realidade cotidiana, na qual impera a injustiça social e o egoísmo. Daí que, em geral, os Contos de Andersen sejam tristes ou tenham fins trágicos.

Andersen reinventou o conto de fadas para os novos tempos em que a sociedade aprendeu a valorizar a infância, respeitando as diferenças de cada indivíduo. Colocou conflitos emocionais modernos, incluindo o sofrimento subjetivo das personagens, contribuindo para a consagração do gênero narrativo dos contos de fadas.
Entre os valores ideológicos consagrados pelo Romantismo, destacam-se:
a) Defesa dos direitos iguais, pela anulação das diferenças de classe (A Pastora e o Limpador de Chaminés);
b) Valorização do indivíduo por suas qualidades próprias e não por seus privilégios ou atributos sociais (O Patinho Feio, A Pequena Vendedora de Fósforos);
c) Ânsia de expansão do Eu, pela necessidade de conhecimento, de novos horizontes e da aceitação do seu Eu pelo outro (O Sapo, O Pinheirinho, A Sereiazinha);
d) Consciência da precariedade da vida, da contingência dos seres e das situações (O Soldadinho de Chumbo, O Homem da Neve);
e) Crença na superioridade das coisas naturais em relação às artificiais (O Rouxinol e o Imperador);
f) incentivo à fraternidade e à caridade cristãs; à resignação e à paciência com as duras provas da vida (Os Cisnes Selvagens, Os Sapatinhos Vermelhos);
g) Sátira às burlas e às mentiras usadas pelos homens para enganarem uns aos outros (Nicolau Grande e Nicolau Pequeno, A Roupa Nova do Imperador);
h) Condenação à arrogância, do orgulho, da maldade contra os fracos e os animais e, principalmente, contra ambição de riquezas e poder (A Menina que pisou no pão, Nicolau Grande e Nicolau Pequeno, Os Cisnes Selvagens);
i) Valorização da obediência, da pureza, da modéstia, da paciência, do recato, da submissão, da religiosidade como virtudes básicas da mulher (ideal patente em todos os contos, confirmando o ideal feminino consagrado pela tradição: pura/impura, bruxa/fada, mãe/madrasta...).

Referências:
Kraemer, Maria Luiza. Histórias infantis e o lúdico encantam as crianças. Campinas, SP: Autores Associados, 2008.
Coelho, Nelly Novaes. O conto de fadas: símbolos, mitos, arquétipos. São Paulo: DCL, 2003.

Suas histórias mais famosas:
O Patinho Feio
A Caixinha de Surpresas
 Os Sapatinhos Vermelhos
O Rouxinol e o Imperador da China
A Pastora e o Limpador de Chaminés
Os Cisnes Selvagens
João Bobo
Nicolau Grande e Nicolau Pequeno
A Rainha de Neve
O Soldadinho de Chumbo
 A Pequena Sereia
A Roupa Nova do Rei
A Princesa e a Ervilha
 A Pequena Vendedora de Fósforos

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